sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ALUNOS PEDEM SEGURANÇA NA UFRGS


ZERO HORA 26 de outubro de 2012 | N° 17234

CAMPUS DO VALE

Dezenas de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fizeram ontem um protesto contra a falta de segurança no Campus do Vale. Os alunos defendem a contratação de funcionários federais para realizar a segurança do campus, onde teriam ocorrido três estupros este ano. Com slogans como “Campus seguro é campus ocupado”, os manifestantes fizeram uma passeata no horário do almoço.



– Há mais de 10 anos não existe concurso para a segurança universitária na UFRGS. E é isso que trazemos como reivindicação, além da revitalização do campus – explica o coordenador do Diretório Central de Estudantes (DCE), Gilian Cidade.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sugiro à Reitoria da UFRGS que solicite à Coordenadoria de Segurança e RH um estudo de situação de efetivos e nível de preparo dos atuais seguranças da universidade. Este estudo vai justificar a necessidade de concurso específico para a atividade de segurança. O curso de formação e treinamento pode ser conveniado junto ao Departamento de Polícia Federal, órgão competente nesta área em nível federal. Já em 2002, esta providência era prioridade e constava entre os objetivos estratégicos do Plano Estratégico de Segurança elaborado em 2002. Lá constam várias ações a serem realizadas para melhorar a segurança na universidade.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ONDA DE ASSALTOS E CASOS DE ESTUPRO ALARMAM ESTUDANTES DA UFRGS

ZERO HORA 18/10/2012 | 22h18Atualizada em 19/10/2012 | 00h12

Insegurança nos campi. Onda de assaltos alarma os estudantes da UFRGS. Alunos organizam protesto contra assaltos e casos de estupro ocorridos em unidades da universidade



Estudante que foi assaltado no campus do Centro teve fratura em ossos Foto: Emílio Pedroso / Agencia RBS

Humberto Trezzi

Na quinta-feira da próxima semana, alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizarão no campus do Vale, em Porto Alegre, um protesto contra a criminalidade. Uma onda de assaltos tem encurralado estudantes dos três campi federais da Capital, sobretudo no entorno dos prédios. Ladrões, armados com facas ou revólveres, emboscam os jovens na saída das aulas.

Quem realiza uma pesquisa a respeito não encontra números significativos de crimes, porque a maioria das vítimas prefere não registrar queixa. É que as perdas costumam ser pequenas: anéis, pulseiras, colares (muitas vezes bijuterias) e celulares são os principais objetos levados pelos criminosos, além de dinheiro. Como estudante costuma carregar pouco dinheiro, muitos não vão às delegacias para fazer o boletim de ocorrência. Outros ficam traumatizados e receiam a exposição, ao fazer o registro.

Isso não significa que os crimes são inofensivos. No dia 4, uma jovem de 22 anos foi agredida a socos, despida e amarrada num matagal no Campus do Vale da UFRGS. A vítima trabalha na portaria de um dos prédios da universidade e caminhava por um dos acessos, próximo ao Instituto de Geociências, quando foi seguida e atacada por um rapaz negro, de cabelos crespos e cerca de 30 anos. Ela levou um soco e desmaiou. Foi arrastada para a mata, amarrada com fios de telefone, despida e teve a boca vedada com fita isolante.

O estupro só não foi consumado porque algumas pessoas se aproximaram e o agressor acabou fugindo. O caso, investigado pela Delegacia da Mulher, é classificado como assalto seguido de tentativa de estupro. A jovem passa por tratamento psicológico.

Em julho, uma outra mulher foi atacada dentro do campus do Vale. Ela não é universitária ou servidora, apenas faz caminhadas na área. A vítima declarou que foi raptada, levada para dentro de um carro, estuprada e abandonada em Viamão.

Dolorido saldo de um roubo

Estudante de Engenharia Elétrica na UFRGS, um jovem de 25 anos pagou caro pela agressividade dos criminosos que rondam o Campus Centro. Na terça-feira, o estudante, que pediu para não ser identificado, desceu de um ônibus próximo ao viaduto da Avenida João Pessoa (no quarteirão onde fica o prédio da sua faculdade) carregando um notebook. O computador continha todos os dados de aula, além de informações da empresa onde trabalha.

Cercado por três pivetes, ele decidiu não entregar o notebook. Debaixo do viaduto, foi ameaçado com canivetes. Ao tentar fugiu, caiu e fraturou os ossos do antebraço esquerdo.Está em casa, impossibilitado de trabalhar e escrever. Terá de realizar dupla cirurgia no braço.

— É uma barbaridade, o assalto foi às 19h, nem bem tinha escurecido — reclama o estudante.

Assalto em ponto de ônibus

Zero Hora também conversou com duas alunas de Comunicação da UFRGS que foram assaltadas esta semana, numa parada de ônibus próxima ao Campus Saúde (imediações da Rua Ramiro Barcelos). O ladrão, aparentemente drogado, levou pulseiras e dinheiro delas.

— As mulheres são as maiores vítimas. É em decorrência destas e outras situações de violência que decidimos fazer um protesto. Os seguranças que a universidade tem são apenas patrimoniais, gostaríamos de maior policiamento — desabafa a estudante de Ciências Sociais Nina Becker, da coordenação-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS.

Bernadete Menezes, da coordenação-geral da Associação de Servidores da UFRGS (Assufrgs), endossa a crítica com relação à segurança dos campi.

— Há mais de 20 anos não acontecem concursos para segurança aqui. Eles são terceirizados, têm boa intenção, mas menos envolvimento com a comunidade acadêmica — pondera.

Contraponto

O que diz Daniel Augusto Pereira, Coordenador de Segurança da UFRGS:

Pereira assegura que crimes não são corriqueiros nas dependências internas dos campi. Ele admite que existem assaltos, pontuais, além de alguns furtos de veículos. Ele diz ter registro de um assalto no Campus do Vale este ano e dois furtos de celular. Além disso, contabiliza duas ocorrências envolvendo crime sexual: a tentativa de estupro da semana passada e um estupro em julho, crime que teria começado no Campus do Vale (com um rapto) e culminado na cidade de Viamão. Ele recorda também de um estupro em 2003, cujo autor acabou assassinado, tempos depois.

— Sabemos que existem alguns assaltos no entorno dos campi. Disponibilizamos registro pelo portal do aluno, mas a maioria não registra — pondera Pereira.

O coordenador de Segurança afirma que vai solicitar reforço nos patrulhamentos internos na UFRGS.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Está certo o coordenador de Segurança da UFRGS em intensificar o patrulhamento no campus do Valle, e poderia sugerir à Reitoria a aplicação da medida colocada no Plano Estratégico Situacional da Universidade que estabelece o cercamento dos prédios das Faculdades em relação ao acesso público dos coletivos que oportuniza a presença de pessoas estranhas e dificulta o controle pela segurança. A coordenadora geral da Assufrgs, Bernadete Menezes também tem razão, pela importância e grandiosidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao propor concursos para a segurança. O recrutamento e a formação de novos seguranças universitários capacitados e treinados através da Polícia Federal vai constituir um corpo profissional de agentes de segurança, incorporando os aos atuais servidores que atuam a muitos anos na segurança dos campus e que, apesar do conhecimento e dedicação, possuem dificuldades em treinamento e efetivos para o patrulhamento dos campus.

sábado, 6 de outubro de 2012

TENTATIVA DE ESTUPRO EM CAMPUS DA UFRGS

CORREIO DO POVO, 05/10/2012 20:02

Polícia investiga tentativa de estupro no Campus do Vale da Ufrgs. Imagens das câmeras de segurança serão analisadas pela perícia



Um homem agrediu a socos e arrastou para dentro de um matagal uma jovem de 22 anos, no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), perto das 10h30min dessa quinta-feira, na zona Leste da Capital. A mulher, funcionária de uma empresa que presta serviços para a universidade, desmaiou devido às agressões e teve as roupas rasgadas, segundo confirmou o coordenador de segurança Daniel Pereira.

A ocorrência foi registrada como tentativa de estupro na 15ª DP da Capital e encaminhada à Delegacia da Mulher, que vai assumir a investigação. Imagens das câmeras de segurança serão analisadas pela perícia.

O número de seguranças que presta serviço dentro do Campus do Vale da Ufrgs não foi revelado à reportagem, mas segundo o coordenador da área, o efetivo de guardas é suficiente, assim como as câmeras de segurança espalhadas pelo Campus.


Fonte: Luciano Nagel / Rádio Guaíba

quinta-feira, 5 de julho de 2012

ESTUDANTES OCUPAM REITORIA

FOLHA.COM 05/07/2012 - 16h18

Com colchões e marmitas, estudantes ocupam reitoria da UnB


JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA


Quatro anos depois de invadirem a reitoria da Universidade de Brasília para expulsar o então reitor e passadas
outras duas invasões desde então, alunos da universidade ocupam a reitoria deste a última terça-feira (3).

Colchões pelo chão, marmitas em mesas de reunião e muitos cartazes de protesto compõem a nova paisagem da reitoria. Os alunos garantem que nada foi quebrado e que a invasão foi pacífica.

"Nem porta quebramos dessa vez", explica Lucas Brito, 21, estudante do 8º semestre de serviço social, da comissão de comunicação do movimento. "O caixão agora a gente não trouxe", brinca o estudante, se referindo, em ambas as citações, à invasão de 2008, quando os alunos danificaram uma porta no momento da invasão e usaram um caixão como símbolo do movimento.

Dessa vez, o principal ponto de reivindicação é acabar com a contrapartida imposta pela UnB para pagar a bolsa de R$ 465 mensais, dada a alunos de baixa renda. Segundo os estudantes, para dar a bolsa, a universidade exige que eles trabalhem 12 horas semanais na própria instituição ou se envolvam em atividades acadêmicas (como pesquisas e extensão).

"Entendemos que a assistência é um direito. E essa é uma bolsa de trabalho precarizada. Que trabalhador ganha R$ 465 ao final do mês?", indaga Brito.

O salário mínimo nacional, hoje em R$ 622, é pago a pessoas que trabalham até 44 horas semanais.

Outros pontos da pauta são: 1) Pagamento da bolsa de R$ 465 a mais 50 estudantes (180 foram classificados para receber a bolsa, mas só 130 recebem); 2) Garantia de auxílio-moradia para quatro estudantes que já tiveram o pedido deferido; 3) Ajustar com o governo do Distrito Federal as novas datas do calendário universitário para que continuem recebendo o passe estudantil; 4) Estabelecimento de um prazo para o pagamento de R$ 91 aos estudantes de baixa renda que ficaram sem acesso ao restaurante universitário por duas semanas.

Essa é a quarta invasão da reitoria da universidade desde 2008, segundo os alunos. Brito afirma que as reivindicações de agora são semelhantes às de 2009, ano em que não foram atendidos.

"Em dois dias de ocupação, caminhamos muito mais do que desde 2009. A ocupação ainda é o melhor método." De acordo com Brito, entre 50 e 100 estudantes se revezam na reitoria.

Na tarde desta quinta-feira, os alunos terão uma reunião com representantes da reitoria para discutir o que já foi proposto pela universidade.

Ao que tudo indica, porém, a invasão não deve ter fim nesta quinta. Para amanhã, já estão programados um debate sobre o PNE (Plano Nacional de Educação) e um sobre opressões, com foco em homofobia e machismo na ocupação.

domingo, 17 de junho de 2012

IMPASSSE NAS FEDERAIS

OPINIÃO O Estado de S.Paulo - 17/06/2012

A greve das universidades federais, que paralisa as atividades de graduação e pós-graduação de 55 das 59 instituições de ensino superior da União, completa o primeiro mês com um impasse e um incidente.

O impasse foi causado pelo fracasso da última reunião entre representantes do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, realizada em Brasília. Depois de mais de três horas de discussões, o governo pediu uma trégua de 20 dias para apresentar um novo projeto de carreira para os professores, mas a proposta foi rejeitada. O governo quer adotar um plano de cargos e salários semelhante ao dos servidores da área de ciência e tecnologia e tem pressa em chegar a um acordo. O Palácio do Planalto teme que a greve se espalhe para outros setores do funcionalismo público, justamente num ano eleitoral. Os grevistas, contudo, acusam os Ministérios do Planejamento e da Educação (MEC) de insistir em diretrizes que já foram recusadas pelo Andes há pelo menos um ano e meio.

Já o incidente ocorreu no câmpus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Protestando contra a superlotação das salas de aula e a falta de um mínimo de infraestrutura, os estudantes invadiram as dependências da diretoria acadêmica e 26 foram presos, depois de um confronto com a Polícia Militar (PM). Eles foram levados à sede da Polícia Federal e indiciados pelos crimes de dano ao patrimônio e constrangimento ilegal.

Os líderes estudantis acusam os dirigentes da Unifesp de terem chamado a tropa de choque. Mas, vinculados ao PT e não querendo criar problemas políticos para o ex-ministro Fernando Haddad, candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, os dirigentes alegaram que a PM teria ido ao câmpus de Guarulhos por "conta própria". A informação foi desmentida pela PM. Segundo o alto comando, foi o setor de segurança da Unifesp que pediu providências para preservar o patrimônio da instituição. Uma semana antes, os dirigentes da Unifesp haviam pedido à Justiça que convocasse a PM para promover a reintegração de posse, autorizada pela Justiça, das dependências da diretoria acadêmica em Guarulhos.

Os professores das universidades federais têm duas reivindicações. A primeira é a exigência de um novo plano de carreira docente. A segunda reivindicação está diretamente atrelada aos seis anos em que Haddad esteve à frente do MEC. Durante sua gestão, foram criadas 14 novas universidades e autorizada a ampliação de muitos campi já existentes. A expansão da rede federal de ensino superior foi uma das bandeiras da campanha eleitoral de Lula e de sua candidata, Dilma Rousseff, no pleito de 2010.

O problema é que quase todas as universidades inauguradas com muita pompa e comício, por Haddad e Lula, estão ocas até hoje. "As condições de trabalho não acompanharam a expansão. Faltam bibliotecas, prédios, professores em número adequado. O ambiente de aprendizado está com prometido", afirma Marina Barbosa, presidente do Andes - entidade que durante anos esteve sob o controle do PT. Esse também é o entendimento dos especialistas em educação. "A política de expansão acelerada não obedeceu a nenhuma avaliação cuidadosa sobre prioridades, abrindo instituições onde não havia demanda, admitindo alunos antes de existirem edifícios e instalações adequadas, forçando as universidades a criar cursos noturnos e contratar mais professores, mesmo quando não havia candidatos qualificados, e sem preparar as universidades para lidar com alunos que chegavam do ensino médio cada vez menos preparados", diz Simon Schwartzman, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.

A última greve dos professores foi em 2005, ano em que começou a expansão da rede de universidades federais. Sete anos depois, o setor está em crise e não há sinais de que será uma crise de breve duração. Pelo contrário, os docentes acabam de receber o apoio dos técnicos da educação federal - uma categoria que cruzou os braços por mais de cem dias, em 2011.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

PM INVADE CAMPUS DA UNIFESP E PRENDE ALUNOS





















PM invade campus da Unifesp em São Paulo e prende 26 alunos . Jovens protestavam contra falta de recursos. Uma estudante foi baleada no rosto.

Marcio Allemand
Bom Dia Brasil
Globo News - 15/06/12

SÃO PAULO - Os 26 alunos presos após um confronto com a Polícia Militar durante uma manifestação, que começou no final da tarde desta quinta-feira em frente à reitoria do campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), prestam depoimento na manhã desta sexta-feira, no auditório da Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste da capital. Do lado de fora do prédio da Polícia Federal, cerca de 50 alunos e pais de estudantes protestam, em solidariedade aos alunos detidos, e pedem que o grupo seja solto.

Segundo o advogado que representa os universitários, Sérgio Augusto Oliveira, eles devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, pichação de área verde e dano ao patrimônio. Após depoimentos, eles podem ser liberados ou transferido para a carceragem da PF.

Os estudantes protestavam contra a falta de recursos, a infraestrutura precária e a superlotação das salas de aula, quando a PolÍcia Militar invadiu o campus da universidade, em greve há 70 dias, e deu início ao confronto.

De acordo com Sólon Cruxen, pai de Laisy Cruxen, aluna do curso de Letras e que participava da manifestação, uma estudante não identificada foi atingida por uma bala de borracha na perna esquerda. Segundo um plantonista da Polícia Federal, a aluna recusou atendimento porque queria garantir a realização do exame de corpo de delito.

A PF afirma que o emprego da força foi na medida necessária para garantir a ordem. Foram usados bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Os alunos acusam a direção da universidade de ter chamado a PM, e reclamam da ação dos policiais militares. Segundo os estudantes, os policiais já chegaram agredindo os alunos.

A assessoria da Unifesp informou que a instituição não chamou a polícia e disse que o grupo de estudantes é o mesmo que ocupou a universidade no fim de março. Já a PM informou que precisou reagir porque o grupo atirou objetos contra os policiais.


COMENTÁRIO BENGOCHEA - Este fato prova o tamanho do abandono da segurança universitária federal de parte do Governo Federal e da Polícia Federal em todo o Brasil. Sei disto porque fui coordenador de segurança da UFRGS, com status de pró-reitor. Existem circunstâncias e dificuldades próprias tanto das Universidades Federais como da Polícia Federal a quem cabe a competência policial nos delitos que ocorrem dentro dos campus universitários federais. A Polícia Federal deveria intervir e buscar nas Reitorias a construção do plano situacional de segurança universitária, onde o papel a PF teria um papel importante no recrutamento, na formação, na capacitação, no treinarmento e no acompanhamento das coordenadorias de segurança, colocando em alerta suas equipes protas para a contenção de casos como este ocorrido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos. A PM não tem competência para atuar dentro dos Campus e sua ação depende da autorização expressa da Reitoria, o que só é aconselhável em casos de urgência ou iminente ocorrência de crime ou grave subversão da ordem.


PM ENTRA EM CONFRONTO COM UNIVERSITÁRIOS DENTRO DA UNIFESP

PM detém 27 alunos da Unifesp em Guarulhos Houve confronto e, de acordo com os universitários, a polícia utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Agência Estado, 15/06/2012 07:25

A Polícia Militar deteve 27 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos, na noite desta quinta-feira, após uma assembleia estudantil. O grupo será conduzido até a Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste da capital, para prestar depoimento. Durante a ação policial, uma estudante detida sofreu um ferimento na perna e foi levada ao pronto-socorro.

A PM diz que foi acionada pela diretoria acadêmica porque os estudantes estavam depredando e pichando o câmpus. Alunos ouvidos pela reportagem negam e dizem que o quebra-quebra só começou após os policiais prenderem uma colega. Houve confronto e, de acordo com os universitários, a polícia utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

"Foi uma ação extremamente violenta", afirma uma estudante, que preferiu não se identificar. "Os presos foram revistados na parte de trás do prédio, um lugar escuro. E os policiais esconderam a identificação." A estudante ferida deu entrada na Policlínica Alvorada, em Guarulhos. Segundo uma funcionária do estabelecimento, a garota disse que uma bomba estourou perto dela. A aluna não deixou ninguém tocar na lesão, porque queria fazer exame de corpo de delito. Ela foi liberada e saiu acompanhada de policiais para depor à PF.

De acordo com um universitário, após a assembleia os estudantes se concentraram em frente à sala do diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas, para fazer um "ato pacífico". Freitas teria se sentido acuado e chamou os policiais. "A PM já chegou nos acuando. Quando prenderam uma menina, dando uma chave de braço, o pessoal se revoltou e aconteceu o confronto e o quebra-quebra." Todos os 27 detidos terão de depor na PF. Os policiais também deverão ser ouvidos. O trabalho ocorre nesta madrugada e a PF fará uma perícia na Unifesp, para avaliar o dano causado ao patrimônio.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este fato prova o tamanho do descaso para com a segurança universitária federal por parte do Governo e da Polícia Federal em todo o Brasil. Sei disto porque fui coordenador de segurança da UFRGS, com status de pró-reitor. Existem circunstância e dificuldades próprias tanto das Universidades Federais como da Polícia Federal a quem cabe a competência policial nos delitos que ocorrem dentro dos campus. As Reitorias deveriam buscar na PF a construção do plano situacional de segurança universitária, recrutar, formar, capacitar, treinar e acompanhar as coordenadoria de segurança, intervindo com suas equipes de contenção nos casos como este ocorrido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos. A PM não tem competência para atuar dentro dos Campus e sua ação depende da autorização expressa da Reitoria, o que só é aconselhável em casos de urgência ou iminente ocorrência de crime ou grave subversão da ordem. O problema é que a PM é a geni, um instrumento para toda ordem pronto para conter todo e qualquer delito, em especial aquele onde os outros órgãos falham. Não é a toa que responde por isto.

terça-feira, 24 de abril de 2012

CASO DE ESTUPRO ABALA UFJF

Caso de estupro abala universidade federal em JF. Denúncia reacende debate sobre sexismo e violência no ambiente acadêmico. FLÁVIO TABAK - O GLOBO, 23/04/12 - 23h04


JUIZ DE FORA (MG) - Não se fala em outro assunto no bucólico campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. A polícia investiga a denúncia de estupro de uma estudante dentro do Instituto de Artes e Design (IAD), na noite da sexta-feira 13, há dez dias. Explosiva por si só, a notícia se espalhou pela cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, a cerca de 180 quilômetros do Rio, e reacendeu o debate sobre sexismo, velocidade das investigações, trotes discriminatórios e temores com a violência entre jovens.

Focos feministas, seguidos por alguns setores da universidade, fizeram barulho em redes sociais e listas de discussão na internet exigindo apuração da denúncia e mostrando casos de trotes ofensivos contra mulheres. Pais de estudantes reforçaram os avisos para que seus filhos universitários não se envolvam em “festas perigosas”, enquanto a reitoria promete investigar tudo e proibiu, por ora, eventos festivos do tipo da festa do dia 13. Alunos mostraram preocupação com a ausência de debate sobre o caso dentro da UFJF; outros acham que a vítima — uma adolescente 17 anos que cursava o primeiro período — bebeu demais e se expôs excessivamente. Marcado por conquistas libertárias, o movimento estudantil vive, em Juiz de Fora e em outras cidades do país, às voltas com denúncias de práticas retrógradas.

As discussões convergem para um pergunta: como tratar denúncias de estupro e de violência contra a mulher dentro do ambiente universitário? Até as polícias Federal e Civil bateram cabeça num primeiro momento, já que se trata de um crime registrado dentro de instituição federal. As investigações só começaram na quarta-feira passada, e, até a sexta-feira, os exames médicos ainda não haviam chegado às mãos da delegada da Polícia Civil de Minas que assumiu o caso.

A conselheira tutelar Delfina Mônica Costa esteve com a jovem no dia seguinte à festa, à espera que os pais chegassem do interior de São Paulo, onde a família vive. A estudante trancou a matrícula e voltou para casa.

— Ela diz ter tomado um copo de cerveja e três ou quatro copinhos de “gummi”, uma bebida feita com vodca e suco (solúvel).

Afirma também que havia uma bala (tipo drops) dentro do copo. A partir do momento em que tomou, ela conta ter perdido a consciência e só se recorda de flashes, com alguém a levando à força para um corredor dentro do próprio instituto. Depois, teve forças para voltar se arrastando para o meio da festa, onde encontrou as colegas. As veteranas a levaram para a pensão e deram-lhe um banho — diz Delfina, ao lembrar o que disse a jovem, que só foi ao hospital no dia seguinte, à tarde. — Ela não tinha a noção de que o conselho tutelar ou a polícia seriam acionados, não queria que os pais soubessem. A médica nos acionou por conta do suposto abuso. Ela foi realmente estuprada porque teve rompimento do hímen, sangramento. Então (o caso) dela foi estupro. É a minha visão.

A UFJF tem 18 mil alunos e, na última sexta-feira, a equipe do “Globo a Mais” conversou com vários deles. Os estudantes do IAD foram os únicos que preferiram não conceder entrevista. Apenas uma funcionária do instituto, que pediu para não ser identificada, relatou que não acredita em estupro porque a jovem teria entrado num carro com outros estudantes e saído do campus. Na faculdade de Biologia, a aluna Ana Carolina Mercês, de 20 anos, conta ter ouvido conversas estranhas no ônibus que passa dentro do campus:

— Desagradou a mim ouvir pessoas dizendo que ela bebeu demais e fez porque quis, que não foi vítima. É um preconceito. Não diriam isso se a história fosse com a própria filha. Reflete, no fundo, uma visão machista. Isso mostra a necessidade de se trabalharem esses assuntos. Já deu, chegou a hora — cobra a jovem.

— Minha avó soube da história e disse que eu só podia andar na rua em bando — conta Nara Lopes, de 20 anos, também da Biologia.

O campus da universidade é privilegiado, com 1,3 milhão de metros quadrados. Há espaço de sobra, tanto para os estudos quanto para festas, com diversos pátios internos, áreas verdes e prédios espaçados. Um lago no centro do terreno é uma das marcas da UFJF. Como em qualquer universidade, outra marca são os trotes. Nos últimos tempos, porém, a recepção de calouros tem recebido críticas, principalmente pelo tratamento dado às mulheres. Um trote recente da turma de Comunicação fez com que as meninas usassem placas com os dizeres “cara de sapatão” e “cara de puta”.

— Como mulher, mãe, lésbica e professora, tenho a dizer que esses trotes são a expressão do preconceito que ainda não tem, em alguns casos, criminalização certa e prevista em lei. Você não tem alunos negros carregando placas pejorativas em relação à sua negritude, ainda bem. Mas, se tivesse, esses alunos sabem que já há lei que penaliza isso — diz Daniela Auad, professora da Faculdade Educação. — O trote ocorre a partir de veteranos de uma faculdade que tem um diretório acadêmico chamado Vladimir Herzog. Sempre que há violência contra a mulher, é preciso ter apuração e punição. Silenciar diante disso e não se responsabilizar é agredir novamente todas as mulheres.

O Diretório Acadêmico (DA) de Comunicação Social tem paredes pintadas por grafites e videogames ligados à televisão. Sobre a geladeira, algumas garrafas de cachaça e vodca, aparentemente em uso, embora não se saiba se o conteúdo era de bebida alcoólica. Na porta, uma placa com o nome do diretório em homenagem a Vladimir Herzorg, jornalista morto em 1975, durante a ditadura militar.

Igor Rodrigues, do terceiro período, faz parte do DA, embora não responda por ele. Para o estudante de 20 anos, não há problema algum em relação aos trotes:

— Ninguém é obrigado a participar. Dei o trote e me senti lesado (com as reclamações). Todos têm o direito de não querer ir, e quem vai sabe como é. Não é o objetivo humilhar ninguém. Acho o machismo um problema absurdo. Por outro lado, a colega de curso Valéria Fabri, de 19 anos, ficou incomodada com algumas brincadeiras do trote de que participou como caloura:

— Escolhi participar porque é um rito de passagem, mas não sabia do que chamam de inquisição. Eles te colocam numa cadeira, com os veteranos em volta, só para humilhar, fazendo perguntas como “engole ou cospe?”, coisas assim. Te pegam no corredor e levam para a sala. Acho ruim porque não perguntam. Te buscam na hora da aula.

A delegada Maria Isabela Bovalente Santo, da delegacia de Orientação e Proteção à Família e responsável pela investigação, ainda não tem um suspeito. Segundo ela, as investigações estão apenas no início:

— O laudo (médico) ainda não chegou às minhas mãos. A vítima disse ter sido estuprada, a versão dela é essa. Então foi aberto um inquérito para apurar um estupro, mas ainda não há indiciamento. Vamos colher o maior número possível de provas sobre o que aconteceu. Por que essa menina está se dizendo vítima? O que aconteceu nessa festa? Algo aconteceu. Agora, eu não tenho condições de afirmar que foi um estupro. Contamos com a colaboração da vítima, que sabe de alguns traços físicos (do agressor). Temos um prazo de 30 dias, que pode ser prorrogado.

O reitor da UFJF, Henrique Duque, instaurou, na sexta-feira passada, uma comissão de sindicância para apurar, em sigilo e no âmbito da universidade, a denúncia. Também ficou decidido que estão suspensos, temporariamente, os eventos festivos na UFJF que não estejam relacionados às atividades fins da instituição.

— Como reitor e pai, lamento. Tivemos a oportunidade de ligar para o pai da pessoa, que me pareceu, pela conversa, alguém muito sensato, de muito equilíbrio. Queremos apurar a fundo e chegar a quem fez e onde foi feito. Há uma dúvida ainda. O pai também quer investigação — disse o reitor, que também comentou sobre o comportamento de estudantes em trotes — Este ano houve lá fora (da universidade) uma coisa de discriminação. Fiquei assustado e muito surpreso com aquele tipo de comportamento no trote (das placas com frases pejorativas). Nós, que somos educadores, sabemos que é uma mudança de comportamento, que vem da educação. É uma coisa que preocupa muito. Ninguém é contra um trote que marque a passagem do aluno. Já tive conversas com o Ministério Público Estadual, e estamos falando diretamente com o MP Federal. A ideia é que, neste semestre, antes do próximo vestibular, tenhamos uma resolução para limitar esses problemas.

O pai da jovem, que já tem um advogado para tratar do caso, aguarda as investigações, embora mostre alguma descrença:

— Minha filha tem 17 anos e passou em três universidades públicas e duas particulares. Sempre esteve entre as melhores alunas.

Achamos que era melhor (na UFJF) porque nos preocupávamos mais com a segurança. Achei uma república na porta da universidade.

Ela nunca tinha namorado, não saía de casa e nunca havia bebido. Estão querendo dizer que (o crime) foi fora (do campus). Se foi mesmo, alguém viu, e eu também quero ver o circuito interno (as câmeras), então. Minha filha está quieta, não quer ver ninguém e está fazendo tratamento com remédios. Estava há apenas 45 dias na cidade. Estou esperando o prazo dado pela polícia, dando um crédito, mesmo achando que é difícil resultar em alguma coisa.

Calouros como alvosOutras universidades do país já registraram atos de violência e humilhação contra estudantes. Quase sempre, coincidem com o momento do trote. Em janeiro do ano passado, calouras da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) foram obrigadas a simular sexo oral com linguiça e leite condensado. Na época, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, ligada à Presidência da República, cobrou explicações da instituição. Em 2006, um aluno da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas, levou mais de 250 picadas de insetos depois de ter sido obrigado a deitar sobre um formigueiro. Os responsáveis pelo trote foram expulsos. Em 2009, um estudante de medicina veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme (SP), entrou em coma alcoólico e foi espancado pelos veteranos.

quinta-feira, 29 de março de 2012

USP CONFIA SEGURANÇA A CORONEIS DA PMSP

USP troca professor por coronel no campus - FOLHA.COM, MUNDO POSITIVO, 29/03/2012


A USP decidiu confiar a coordenação da segurança nos campi a três coronéis da Polícia Militar. O posto era até então ocupado pelo professor Adilson Carvalho. A Universidade pretende investir cerca de R$ 10 milhões para modernização de sua guarda e compra de equipamento, como câmeras. A decisão já gera controversa no meio acadêmico e entre parte dos alunos, que contesta a presença de policiais por entender que ela inibe as atividades educacionais e a liberdade de expressão. No ano passado, a reitoria foi invadida em protesto contra a detenção de três alunos pelo porte de maconha e contra o patrulhamento da PM no campus.

Leia mais na matéria da Folha:

A USP decidiu contratar três coronéis da Polícia Militar para assumir o comando da segurança em todos os campi da universidade.

O anúncio das contratações deverá ser feito ainda nesta semana pelo reitor João Grandino Rodas.

Para assumir a recém-criada Superintendência de Segurança foi escolhido o coronel Luiz de Castro Júnior.

Dois outros coronéis, com nomes ainda não divulgados, serão subordinados a ele. Um será responsável pela segurança da capital e o outro das unidades do interior.

Castro Júnior foi escolhido por ter um perfil ligado ao policiamento comunitário.

Até o mês passado, ele era diretor do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da PM paulista.

Também pesou nessa escolha o desempenho do oficial na "costura" do convênio entre USP e PM para o aumento de policiamento no campus.

A cúpula da USP viu nessa contratação uma forma de poder "afinar a sintonia" entre a guarda universitária e PM. Além de tentar evitar casos de abordagens violentas como as ocorrida neste ano.

Apesar do perfil tido como mais humanista do oficial, a escolha de um PM para assumir o controle da guarda universitária é controversa.

Isso porque parte do mundo acadêmico é contrária à presença de policiais, por entender que ela inibe as atividades educacionais e a liberdade de expressão.

Há uma parte que defende a presença de policiais em razão da falta de segurança.

MACONHA

Em maio de 2011, um aluno foi assassinado na Cidade Universitária, na zona oeste, após uma tentativa de assalto.

Ainda no ano passado, a USP fechou convênio com a PM para patrulhamento.

Logo em seguida, a prisão de três estudantes que portavam maconha desencadeou uma série de protestos contra a presença dos policiais.

A reitoria chegou a ser invadida -acabou desocupada pela Tropa de Choque.

Parte dos alunos da universidade fez greve que se estendeu até o início deste ano.

De acordo com pesquisa divulgada pela Folha ano passado, 58% dos alunos entrevistados em 28 unidades dizem apoiar o policiamento.

REUNIÕES

Castro Júnior tem se reunido com à instituições ligadas à segurança pública. Esses contatos são vistos por alguns com um pedido de apoio caso de haja grande rejeição dos acadêmicos à indicação de um militar ao cargo.

A coordenação da segurança nos campi era feita pelo professor Adilson Carvalho.

O coronel Castro terá uma superintendência com orçamento próprio para reforçar e aumentar a estrutura da segurança nos campi. A USP tem reservado cerca de R$ 10 milhões para modernização de sua guarda e compra de equipamento, como câmeras.

Oficialmente, o órgão criado em fevereiro passado deverá "planejar, implantar e manter todas as atividades de interesse comum relacionadas à segurança patrimonial e pessoal" da escola.

Procurada, a assessoria de imprensa da USP disse que só hoje poderia passar informações sobre a escolha de militares para o órgão.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Com eu fui coordenador de segurança da UFRGS, posso afirmar das dificuldades que terá para inserirem seus conhecimentos, tendo em vista que não existe uma legislação específica que lhe dê salvaguardas na execuçõa de medidade preventivas e de contenção. Além disto, o Governo Federal e as Universidades não dão toda a atenção para a área de segurança universitária, oportunizando que os corpos de segurança existentes não condições de trabalho e nem seleção, formação, preparo e treinamento adequados para a execução das tarefas de segurança. O aspecto positivo é que sempre existe aqueles do corpo de funcionários que se destacam pela experiência e dedicação, oportunizando sucesso no trabalho em situações normais. Mas é preciso muito mais, principalmente a valorização da segurança universitária pelos Congressistas, autoridades e comunidade universitária. Desejo sucesso aos Oficiais.

quarta-feira, 21 de março de 2012

RECEPÇÃO VIOLENTA

UNIPAMPA - Jovem passa mal após trote - ZERO HORA 21/03/2012

Está internado na Santa Casa de Bagé, desde a noite de sexta-feira, Filipe Fernandes, 17 anos, estudante de Engenharia de Produção, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Ele passou mal depois de participar de um trote promovido pelos veteranos do curso, em que teria sido obrigado a ingerir uma grande quantidade de bebida alcoólica.

Desacordado, o jovem foi resgatado em uma praça no centro da cidade, pela família, que teria sido informada da situação por um colega.

– A participação dele foi voluntária, mas não sabia que seria obrigado a beber tanto. O pior é que o deixaram sozinho na rua – diz o irmão da vítima, Rafael.

Em nota, a reitora da Unipampa, Ulrika Arns, repudiou a ação dos alunos, se comprometeu a averiguar o caso e disse que uma comissão vai apurar os fatos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

APESAR DA PROIBIÇÃO, ESTUDANTES DA USP FAZEM FESTA COM CERVEJA DENTRO DO CAMPUS


Apesar de proibição, estudantes da USP fazem festa com cerveja. COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, 01/03/2012 - 11h53

Alunos da USP que organizaram a festa da calourada unificada conseguiram driblar a proibição da reitoria e fizeram seu evento regado a cerveja na noite de quarta-feira (29). Eles já haviam encarados problemas com a entrada dos equipamentos de som e banheiros químicos que fariam parte da infraestrutura da festa. Na terça (28), caminhões com cerveja foram impedidos de entrar no campus da universidade.

"Todos os centro acadêmicos da USP têm contratos anuais com distribuidoras de cervejas. Se [o caminhão de cerveja] não entrou no dia [da festa], entrou em outro dia porque isso é corriqueiro na universidade", disse Nathalie Drumond, representante do DCE.

Estudantes da universidade, no entanto, afirmam que a entrada de cerveja no campus nunca foi um problema e que a proibição tem motivos políticos.

"A reitoria está fechando o cerco contra o movimento estudantil da USP, para tentar impedir suas atividades. É uma posição estritamente política", disse Nathalie.

"É uma medida pura simplesmente moralista do reitor, porque todos sabem muito bem que o movimento estudantil se financia através da sua auto-organização e isso inclui festas e a venda de cervejas e outras bebidas. A festa serviria para cobrir gastos do Movimento de Greve, da contratação dos equipamento e também para financiar todos os processos civis e administrativos contar estudantes que estão correndo", afirmou Beatriz, da organização estudantil Comando de Greve.

De acordo com a USP, uma norma interna sempre proibiu a entrada de bebida alcoólica no campus.

Os problemas que antecederam a realização da calourada não pararam por aí. Na tarde de ontem (29) caminhões com equipamentos de som e banheiros químicos foram barrados na portaria do campus. A ação da universidade fez com estudantes de direito ligados ao movimento estudantil e do Centro Acadêmico XI de Agosto (da Faculdade de Direito) a entrassem na discussão com a reitoria.

"A organização já havia protocolado na reitoria um aviso de que haveria um ato público de caráter artístico-político-cultura no dia 29, na calourada unificada", afirmou Beatriz.

Segundo Beatriz, o caminhão de som ficou aguardando por mais de cinco horas a autorização da entrada. Ela disse ainda que houve uma demora por parte da universidade para regularizar a situação e permitir a entrada dos equipamentos, que ocorreu após estudantes assinarem termos de responsabilidade pelos caminhões e equipamentos.

OUTRO LADO

A USP disse que a prefeitura do campus não havia sido notificada e recebido a documentação necessária sobre a festa com 30 dias de antecedência, conforme regulamento da universidade. Segundo ela, o cumprimento dessa norma é fundamental para que a universidade avalie as condições técnicas e de segurança do evento.

Sobre a proibição dos caminhões com equipamentos da festa, a universidade disse que eles foram barrados porque não tinham a autorização para entrar e foram liberados após serem apresentados os responsáveis pelo evento. A universidade reiterou que as normas internas sempre proibiram a entradade de bebida no campus.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SEQUESTROS-RELÂMPAGO APAVORAM PROFESSORES DE MEDICINA NO FUNDÃO


Bandidos agem pela manhã; desde outubro já houve cinco registros - Simone Candida - O GLOBO, 19/01/12 - 23h29

RIO - O medo da violência ronda o campus da UFRJ, na Ilha do Fundão. Uma série de sequestros-relâmpago de professores — quase sempre de manhã — vem ocorrendo na Faculdade de Medicina, onde mestres vêm sendo rendidos e assaltados por homens armados no estacionamento do Hospital Universitário, como informou na quinta-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO. Entre outubro de 2011 e janeiro de 2012, foram cinco casos registrados, o mais recente de um médico que há 15 dias teve o carro roubado, foi obrigado a fazer saques em caixas eletrônicos e depois abandonado na Linha Vermelha, na altura de Caxias. Segundo a prefeitura do campus, em 2011 houve 17 casos de sequestro-relâmpago no Fundão.

Com medo de vingança, as vítimas fizeram registro na 37ª DP (Ilha), mas preferem não se identificar. O médico que foi roubado este mês estava chegando para trabalhar, por volta das 7h30m, e foi rendido por três homens que já o aguardavam dentro de um carro parado no estacionamento do hospital. Um dos bandidos, armado, levou seu automóvel, e os outros dois o obrigaram a entrar no outro veículo.

— Os ladrões ficaram horas rodando com a vítima pela Baixada e o obrigaram a fornecer as senhas dos cartões dos bancos. Ele perdeu R$ 4 mil, cartões, joias e o automóvel. E ficou traumatizado — contou um amigo do médico.

Segundo um outro médico do hospital, os bandidos já atacaram nos últimos quatro meses cinco colegas que chegavam cedo para atender pacientes internados. De acordo com a assessoria da prefeitura da Cidade Universitária, os estacionamentos do campus são controlados por diversas empresas.

— Estamos chocados e com medo, pois os bandidos continuam agindo. Os piores meses são sempre os de férias — diz um professor, que pede para não ser identificado.

Um outro médico conta que a abordagem dos bandidos é sempre a mesma. Eles atacam as vítimas quando estão chegando ao trabalho, pela manhã, colocam uma venda ou capuz e obrigam a pessoa a fornecer as senhas dos cartões.

A prefeitura da Cidade Universitária diz que já acionou a polícia e tem tomado providências para evitar os assaltos e sequestros-relâmpago. Mas, segundo o prefeito do campus, Ivan Ferreira Carmo, os agentes de segurança da UFRJ não têm poder de polícia. Eles atuam de forma ostensiva e, de acordo com Carmo, orientam e dão assistências às vítimas, além de chamar a Polícia Militar quando acontece algum crime no Fundão.

Número de câmeras vai aumentar

Além dos 17 sequestros-relâmpago, em 2011 foram registrados 60 furtos no Fundão: 30 de veículos; 12 em veículos e 18 de pedestres. Juscelino Ribeiro, coordenador operacional de Segurança da UFRJ, diz que a violência diminuiu desde que foram intensificadas as rondas:

— Estamos fazendo nosso trabalho: procuramos a delegacia, que vem investigando as quadrilhas, e estamos intensificando as rondas. Mas só fazemos o que é possível, pois precisaríamos de mais homens.

Segundo ele, a UFRJ conta com 14 seguranças e dez carros para percorrer estacionamentos e vias da universidade, quando seriam necessários no mínimo cem. O último concurso público para a função ocorreu há 22 anos. A assessoria de imprensa da prefeitura da UFRJ informou que alguma medidas já estão sendo tomadas: o número de câmeras que monitoram as vias vai aumentar de 16 para 56 e as quatro cabines blindadas serão reposicionadas para os pontos onde têm sido registrados os crimes, como a área entre o Centro de Ciências da Saúde (CCS) e a Escola de Educação Física.