PM detém 27 alunos da Unifesp em Guarulhos Houve confronto e, de acordo com os universitários, a polícia utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Agência Estado, 15/06/2012 07:25
A Polícia Militar deteve 27 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos, na noite desta quinta-feira, após uma assembleia estudantil. O grupo será conduzido até a Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste da capital, para prestar depoimento. Durante a ação policial, uma estudante detida sofreu um ferimento na perna e foi levada ao pronto-socorro.
A PM diz que foi acionada pela diretoria acadêmica porque os estudantes estavam depredando e pichando o câmpus. Alunos ouvidos pela reportagem negam e dizem que o quebra-quebra só começou após os policiais prenderem uma colega. Houve confronto e, de acordo com os universitários, a polícia utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
"Foi uma ação extremamente violenta", afirma uma estudante, que preferiu não se identificar. "Os presos foram revistados na parte de trás do prédio, um lugar escuro. E os policiais esconderam a identificação." A estudante ferida deu entrada na Policlínica Alvorada, em Guarulhos. Segundo uma funcionária do estabelecimento, a garota disse que uma bomba estourou perto dela. A aluna não deixou ninguém tocar na lesão, porque queria fazer exame de corpo de delito. Ela foi liberada e saiu acompanhada de policiais para depor à PF.
De acordo com um universitário, após a assembleia os estudantes se concentraram em frente à sala do diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas, para fazer um "ato pacífico". Freitas teria se sentido acuado e chamou os policiais. "A PM já chegou nos acuando. Quando prenderam uma menina, dando uma chave de braço, o pessoal se revoltou e aconteceu o confronto e o quebra-quebra." Todos os 27 detidos terão de depor na PF. Os policiais também deverão ser ouvidos. O trabalho ocorre nesta madrugada e a PF fará uma perícia na Unifesp, para avaliar o dano causado ao patrimônio.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este fato prova o tamanho do descaso para com a segurança universitária federal por parte do Governo e da Polícia Federal em todo o Brasil. Sei disto porque fui coordenador de segurança da UFRGS, com status de pró-reitor. Existem circunstância e dificuldades próprias tanto das Universidades Federais como da Polícia Federal a quem cabe a competência policial nos delitos que ocorrem dentro dos campus. As Reitorias deveriam buscar na PF a construção do plano situacional de segurança universitária, recrutar, formar, capacitar, treinar e acompanhar as coordenadoria de segurança, intervindo com suas equipes de contenção nos casos como este ocorrido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos. A PM não tem competência para atuar dentro dos Campus e sua ação depende da autorização expressa da Reitoria, o que só é aconselhável em casos de urgência ou iminente ocorrência de crime ou grave subversão da ordem. O problema é que a PM é a geni, um instrumento para toda ordem pronto para conter todo e qualquer delito, em especial aquele onde os outros órgãos falham. Não é a toa que responde por isto.
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