sexta-feira, 15 de junho de 2012
PM INVADE CAMPUS DA UNIFESP E PRENDE ALUNOS
PM invade campus da Unifesp em São Paulo e prende 26 alunos . Jovens protestavam contra falta de recursos. Uma estudante foi baleada no rosto.
Marcio Allemand
Bom Dia Brasil
Globo News - 15/06/12
SÃO PAULO - Os 26 alunos presos após um confronto com a Polícia Militar durante uma manifestação, que começou no final da tarde desta quinta-feira em frente à reitoria do campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), prestam depoimento na manhã desta sexta-feira, no auditório da Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste da capital. Do lado de fora do prédio da Polícia Federal, cerca de 50 alunos e pais de estudantes protestam, em solidariedade aos alunos detidos, e pedem que o grupo seja solto.
Segundo o advogado que representa os universitários, Sérgio Augusto Oliveira, eles devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, pichação de área verde e dano ao patrimônio. Após depoimentos, eles podem ser liberados ou transferido para a carceragem da PF.
Os estudantes protestavam contra a falta de recursos, a infraestrutura precária e a superlotação das salas de aula, quando a PolÍcia Militar invadiu o campus da universidade, em greve há 70 dias, e deu início ao confronto.
De acordo com Sólon Cruxen, pai de Laisy Cruxen, aluna do curso de Letras e que participava da manifestação, uma estudante não identificada foi atingida por uma bala de borracha na perna esquerda. Segundo um plantonista da Polícia Federal, a aluna recusou atendimento porque queria garantir a realização do exame de corpo de delito.
A PF afirma que o emprego da força foi na medida necessária para garantir a ordem. Foram usados bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Os alunos acusam a direção da universidade de ter chamado a PM, e reclamam da ação dos policiais militares. Segundo os estudantes, os policiais já chegaram agredindo os alunos.
A assessoria da Unifesp informou que a instituição não chamou a polícia e disse que o grupo de estudantes é o mesmo que ocupou a universidade no fim de março. Já a PM informou que precisou reagir porque o grupo atirou objetos contra os policiais.
COMENTÁRIO BENGOCHEA - Este fato prova o tamanho do abandono da segurança universitária federal de parte do Governo Federal e da Polícia Federal em todo o Brasil. Sei disto porque fui coordenador de segurança da UFRGS, com status de pró-reitor. Existem circunstâncias e dificuldades próprias tanto das Universidades Federais como da Polícia Federal a quem cabe a competência policial nos delitos que ocorrem dentro dos campus universitários federais. A Polícia Federal deveria intervir e buscar nas Reitorias a construção do plano situacional de segurança universitária, onde o papel a PF teria um papel importante no recrutamento, na formação, na capacitação, no treinarmento e no acompanhamento das coordenadorias de segurança, colocando em alerta suas equipes protas para a contenção de casos como este ocorrido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos. A PM não tem competência para atuar dentro dos Campus e sua ação depende da autorização expressa da Reitoria, o que só é aconselhável em casos de urgência ou iminente ocorrência de crime ou grave subversão da ordem.
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