quinta-feira, 11 de setembro de 2014

ESTUDANTES DA UFRGS LANÇAM MAPA SOBRE SEGURANÇA

ZH 11/09/2014 | 18h00

Ferramenta foi inspirada em iniciativa da Universidade de Brasília

por Eduardo Rosa



Mapa começou a funcionar nesta semanaFoto: DCE UFRGS / Reprodução


O Diretório Central de Estudantes da UFRGS desenvolveu um mapa colaborativo que compila relatos de crimes ocorridos no entorno do Campus Centro, em Porto Alegre. A ferramenta, inspirada em iniciativa da Universidade de Brasília (UnB), começou a ser utilizada nesta semana.

Por meio do site do DCE, é possível preencher um formulário com tipo de crime (como roubo, furto e tráfico de drogas), data, horário e descrição do fato. As informações são enviadas ao diretório, que faz as marcações no mapa propriamente dito. Até o final da tarde desta quinta-feira, havia 88 relatos listados.

— Procuramos uma plataforma que se adequasse às necessidades. É a mesma usada pela UnB e não tem custo — afirma Vítor Neves da Fontoura, diretor jurídico do DCE.

Conforme Fontoura, as informações passam pelo crivo da diretoria para que o sistema não seja burlado. Além de serem repassados à universidade e à Brigada Militar, os dados devem servir para alertar os alunos que circulam pela região.

— A ideia é fazer campanhas nas zonas mais perigosas. Certas coisas comportamentais podem mudar — relata o diretor jurídico, dando como exemplo a colocação de cartazes indicando locais e horários mais críticos.

A Brigada Militar vê o mapa como auxilio ao trabalho da corporação. O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Francisco Vieira, conta que a ideia surgiu em uma conversa com um grupo de alunas da Faculdade de Direito que o procurou.

— Foi uma ideia conjunta das estudantes. Da reunião, saíram várias ideias para eu planejar o meu policiamento. Eu faço o planejamento em cima das demandas — avalia, positivamente, o comandante.

Na Unb, o mapa foi lançado há cerca de um ano e meio e, agora, está desativado para reformulação. Um dos coordenadores-gerais do DCE Honestino Guimarães, Caio Oliveira define como satisfatório o resultado do trabalho.

— A partir do mapa, a gente começou a apresentar à prefeitura do campus dados exatos de onde vieram os maiores problemas. Foi gerado um relatório com o número de ocorrências e os locais — relata Oliveira, acrescentando que o número de crimes diminuiu após mudança na ação das autoridades.

Antes do mapa, a página no Facebook

O grupo de alunas ao qual o major se refere criou, há mais de um mês, uma página no Facebook reunindo casos de assaltos e outros crimes sofridos por universitários. A iniciativa das jovens se somou a um abaixo-assinado com cerca de mil assinaturas para demonstrar clamor público.

Na página Ocorrências — Campus Centro UFRGS, vítimas passaram a enviar relatos, que são repassados à BM por WhatsApp. O resultado da parceria foi a intensificação do policiamento na região e o aumento no número de prisões, conforme a 3ª Companhia do 9º BPM. A ideia é que essas informações integrem o mapa também.

A Coordenadoria de Segurança da UFRGS vê com bons olhos a iniciativa, mas ressalta que ela não substitui o registro nos órgãos oficiais. No portal do aluno e do servidor, também há um espaço para que os casos sejam informados.

Mesmo que haja um mapeamento paralelo às estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), as vítimas de assalto e outros crimes devem registrar ocorrência policial. A medida é importante para formular estratégias de prevenção, investigação e repressão ao crime por parte dos órgãos de segurança.


*Zero Hora

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