sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CAMPUS DA USP TERÁ POLICIAMENTO APROXIMADO

Policiamento Reforçado. PM vai atuar permanentemente no campus da USP. O GLOBO, 8/09/2011 às 20h51m - Guilherme Voitch

SÃO PAULO - A Polícia Militar (PM) de São Paulo irá atuar com até 30 homens, de forma permanente, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste da capital paulista. O anúncio foi feito nesta quinta-feira e reuniu representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), da PM e da USP.

Embora não houvesse restrição legal para a atuação da polícia no campus, a presença da PM era evitada e a segurança realizada pela guarda universitária, instituição privada que não tinha permissão para uso de armas de fogo.

Em maio deste ano, o estudante de Ciências Atuariais da Faculdade de Economia e Administração (FEA) Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi assassinado dentro do campus, em uma tentativa de assalto. A morte de Paiva reabriu a discussão sobre a presença da polícia no campus, já que os assassinos deixaram o local sem serem incomodados e a PM demorou a ser avisada sobre o crime.

Parte da comunidade acadêmica, no entanto, associa a presença da PM à repressão a manifestações realizadas dentro da instituição, principalmente durante a época da ditadura militar.

- Isso é um reflexo de uma outra época, de um outro período. A situação hoje é completamente diferente - disse o coronel Álvaro Batista Camilo, comandante geral da PM.

O reitor da USP, João Grandino Rodas, enfatizou que haverá nenhuma mudança em relação ao direito de manifestação dos estudantes.

- Não muda nada. Não haverá interferência. A polícia estará lá para dar mais segurança para funcionários, professores e alunos.

O tom mais duro ao comentar a "restrição" ao trabalho da polícia no campus partiu do secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.

- Em nenhum lugar existe território sem presença de polícia no Brasil. Agora a polícia volta à USP. Lamentamos que esse avanço só seja possível depois da tragédia que levou a vida de um estudante - afirmou.

Os policiais que irão atuar na USP receberam treinamento especial e farão várias rondas no campus com motos e carros. Inicialmente não haverá uma base fixa dentro do campus. A USP também prometeu melhorar a iluminação em alguns trechos e estabelecer um "maior controle de entrada e saída de pessoas na universidade".

O trabalho da PM também será levado para USP Leste, para a Faculdade de Direito, os museus e ao campus da USP em Santos.

- Na verdade, no Largo de São Francisco sempre existiu uma relação muito boa. A menor aceitação estava mesmo na Cidade Universitária - afirmou Camilo.
Nos campus de São Carlos e Ribeirão Preto, por enquanto, não há previsão de presença dos policiais.

Aproximação

O reitor da USP também disse que a universidade buscará uma aproximação com as comunidades carentes que moram ao lado do campus e que elas serão inseridas nos serviços prestados pela instituição.

USP e PM também pretendem intensificar um intercâmbio na área acadêmica, levando professores da Universidade para ministrarem aulas na Academia de Polícia.

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