segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES



ZERO HORA 07 de dezembro de 2015 | N° 18378



EDITORIAIS





O ambiente escolar deve, por princípio, contribuir para a afirmação de condutas civilizatórias, ou a educação formal não estará cumprindo com sua missão essencial. O Brasil tem convivido com fatos preocupantes, na direção contrária, como denuncia pesquisa encomendada pelo Instituto Avon. A amostragem, realizada pelo instituto Data Popular, amplifica um alarme que já vem sendo ouvido: cresce de forma assustadora no país a violência contra as mulheres no meio universitário.

É a realidade doméstica e de locais públicos e de trabalho que se reproduz também no espaço acadêmico. Não há justificativa para o fato de que 67% da universitárias ouvidas já tenham sofrido algum tipo de violência sexual, psicológica, moral ou física no ambiente em que estudam. Impressiona também que 38% dos homens estudantes admitem já terem praticado pessoalmente algum tipo de violência contra mulheres no meio universitário. Mesmo que cada resposta permita interpretações sobre o grau da agressão, não há como fazer concessões. Tanto que 28% das mulheres declararam já terem sofrido algum tipo de violência sexual, de tentativa de estupro a abusos por estarem sob efeito de álcool ou droga.

São dados que devem ser avaliados, em primeiro lugar, pelas próprias universidades e, obviamente, pelas famílias e pelas comunidades, nas suas mais diversas formas de organização. Sabe-se que, por motivos diversos, a transgressão e o desrespeito em espaços do Ensino Superior é um fenômeno que se agrava, tendo muitas vezes a mulher como vítima.

Enfrentá-lo é tarefa urgente, com o enquadramento legal dos delituosos – o que nem sempre acontece – e a criação de um ambiente propício a mudanças culturais, que exigem a responsabilização de todos, alunos e professores. A universidade deve, ao contrário do que mostra a pesquisa, ser um lugar de disseminação de modelos de conduta para todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário